“Um grande passo em frente”: França vai (finalmente) testar aplicação para verificar a idade dos internautas

Mais um passo em direção à proteção das crianças. A Comissão Europeia anunciou na segunda-feira, 14 de julho, o lançamento de um aplicativo para verificar a idade dos usuários da internet. O objetivo: impedir que crianças muito pequenas acessem conteúdos perigosos.
Cinco países europeus — França, Dinamarca, Grécia, Itália e Espanha — testarão o aplicativo. O protótipo foi projetado para que cada estado-membro possa ajustá-lo de acordo com suas próprias regras, por exemplo, dependendo se a proibição se aplica a crianças de 12, 13 ou 15 anos, etc.
Concretamente, com o protótipo, uma página é aberta ao acessar um site pornográfico ou uma rede social. Em seguida, você terá que abrir um aplicativo no seu celular, para onde um documento de identidade terá sido enviado previamente.
O aplicativo solicitará a confirmação de acesso ao site. Se a idade exigida for validada, o usuário poderá navegar livremente.
"Este é um anúncio muito bom", aplaude Véronique Béchu, diretora do Observatório da associação e-Enfance, ex-chefe da divisão de estratégia do Escritório para Menores (OFMIN), convidada do Apolline Matin na terça-feira, 15 de julho.

O especialista reconhece um "avanço" significativo para a União Europeia, especialmente no que diz respeito aos seus esforços em proteção de dados. A Comissão Europeia garante que nenhum dado será retido pelo site ou pelo governo. As instituições não terão acesso à identidade ou ao histórico de navegação dos usuários.
"Existe um princípio de dupla verificação que permite manter seus dados pessoais privados e não compartilhá-los", ela tranquiliza. O aplicativo opera com os princípios de "duplo anonimato" e "terceiros confiáveis", para não compartilhar nenhuma informação com as plataformas.
A Arcom, a agência de fiscalização digital francesa, também acolheu com satisfação essas medidas, que, segundo ela, garantem um alto nível de eficiência e proteção da privacidade. Além disso, "especialistas, membros da Comissão Europeia, grupos de trabalho, menores, etc." foram consultados para garantir que a plataforma seja o mais eficaz possível, relata o especialista.
Mesmo que "obviamente, dar uma ferramenta digital a uma criança deva ser feito o mais tarde possível", ela acrescenta.
Essa proposta foi particularmente defendida pela França, com a Ministra de Assuntos Digitais, Clara Chappaz, defendendo a verificação de idade "em nível europeu" para acesso às redes sociais.
"Graças a essas diretrizes, a proibição das mídias sociais para crianças menores de 15 anos se torna possível. Este é um passo decisivo e há muito aguardado para proteger nossas crianças", disse ela em um comunicado.
No início de junho, o presidente Emmanuel Macron prometeu avançar para tal proibição se, "dentro de alguns meses", ela não fosse implementada em nível europeu.
"É imperativo ter essa verificação de idade", concorda a ex-diretora do OFMIN. Na internet, as crianças se tornam "presas muito rapidamente", lembra ela. "Elas são solicitadas sexualmente por um predador em menos de um minuto."
Por enquanto, a plataforma ainda não está integrada na França. "Ela terá que ser integrada à legislação nacional, o que levará algumas semanas", explica Véronique Béchu.
Na segunda-feira, a Comissão Europeia também publicou recomendações para redes sociais para jovens, para facilitar o bloqueio de usuários por menores, entre outras coisas.
RMC